sexta-feira, junho 23, 2006

Eu, Você e Todos Nós

Fui comprar ingressos próximo à Paulista e aproveitei e dei umas voltas lembrando dos velhos tempos em que trabalhava ali perto. Fui até o Espaço Unibanco e aproveitei para assistir um filme já que estava por lá. O nome do filme é "Eu, Você e Todos Nós".
Foi muito bom. Leve, quase uma comédia mas sensível como um drama.
Saí do cinema mais leve e percorri a rua em direção ao Conjunto Nacional (cujo relógio está muito adiantado) e observei os camelôs que não deveriam ser chamados assim pois não são igual aqueles da 25 de março. Todos são educados, alguns meio-hippies vendendo pulseiras e afins. Um deles tocava uma gaita. Na porta do Conjunto um senhor tocava seu saxofone. (pela manhã havia visto um garotinho sentado ao lado de uma grade de um estacionamento usando um boné com a aba virada para trás e tocando uma sanfona pequena, um dia musical).
Um morador de rua estava sentado na mureta do banco Safra vestindo um palitó claro surrado e observava tão atentamente a ponta do cigarro que atravessei o quarteirão sem ele ter dado uma tragada.


quarta-feira, junho 21, 2006

15 minutos

Hoje eu estava sentado no estreito banco do bar meio debruçado no balcão. Ao meu lado um velho amigo que como eu sente que está faltando algo no mundo, talvez uma peça que se encaixe e faço todo o quadro visível. Falamos as mesmas coisas, com informações novas, mas as mesmas coisas de que falamos faz dez anos. Quando eu saí da firma em que trabalhávamos acabamos por fazer uma espécie de ritual. Uma vez por mês a gente se encontrava para falar da vida. Mas o mês virou bimestral, trimestral e descobrimos que fazia um ano que não nos encontrávamos para umas cervejas e um papo-furado. Tudo bem que o 2005 de ambos foi uma zica atrás da outra e não tívemos tempo para esse tipo de reunião.
Bateu um pequeno sentimento de falta... falta e saudade de um tempo um pouco mais simples onde as semanas eram semanas e não horas, esquecíamos o mundo. Mas hoje eu não esqueci o mundo, quando paguei a conta e olhei no relógio os 15 minutos que fiquei ali tinham se tornado 2 horas.
Saí de lá e o mundo estava me esperando.

domingo, junho 18, 2006

Risco de Morte

Assistindo ao jornal nacional podemos perceber a mudança realizada pela globo na expressão "risco de vida" para "risco de morte". Minha mente não se acostumou à expressão que sempre me parece incorreta. Um texto interessante é o do link:
http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?cod=384JDB013
Vou ficar observando a fala das pessoas pois será interessante ver as mudanças que ela (globo) pode operar na língua brasileira.
Televisão = Lavagem cerebral do dia-a-dia

domingo, junho 11, 2006

Os Filhos de Anansi

Acabei de ler o segundo romance do Neil Gaiman. Gosto muito do que ele escreve mas mais ainda do que ele imagina. O livro é bom, mas inferior ao primeiro. Ficou leve demais. É bom não ter grandes espectativas para não acabar decepcionado. Mas valeu, é mais um bom jeito de se fugir à realidade.

terça-feira, junho 06, 2006

Piloto-Automático



Eu estou no piloto-automático
Andando para frente como uma formiga,
seguindo a trilha invisível que se origina em casa
Tropeçando e desviando das outras formigas.
Penso no dia de hoje
Algo com o dia 6
do mês 6, do ano 6
Não vieram os quatro cavaleiros
Do espaço não veio o meteoro
Do mar não veio o tisuname
Do osama não veio a bomba
Mas um sorriso desapareceu da face
quando ela me olhou...
me senti triste, vazio.
Era mais bem vindo
o fim do mundo.

Olho para baixo para atravessar
No chão o aviso apagado de
olhe para os dois lados
Chego até a nau dos torturados
Não o último sofrimento do dia
Durmo um pouco pois assim relaxo
tempus fugiti
Estou naquilo que chamam de lar
No dia-a-dia tecnológico
Vejo o correio eletrônico
Nada
Uma sucessão de fwd´s
Ninguém a quem escrever
O telefone não toca
As cartas não chegam
Talvez o mundo tenha acabado
Só não deram no Jornal Nacional

O tempo vai passando até a madrugada
Tudo igual
Tudo o mesmo
mesmo quando é diferente
nada muda
um idem atrás do outro
o sono vem
não há descanso
apenas pausa
e já estou partindo
de volta a labuta, la puta
andando e vivendo
em círculos
consumindo tempo
e não me dou conta pois
estou no automático.


domingo, junho 04, 2006

IML

Hoje faleceu uma tia-avó minha. Morreu na ambulância a caminho do hospital.
Como não havia nenhum médico acompanhando-a, o atestado de óbito só é liberado após a autópsia realizada pelo IML. E para o IML fazê-lo é necessário fazer um Boletim de Ocorrência. O boletim foi fácil e rápido. Mas o IML de domingo com jogo da seleção brasileira e rodada do campeonato brasileiro. Ou seja, o corpo está aguardando faz horas.
Essas horas dá raiva do povo desse país.