terça-feira, junho 06, 2006

Piloto-Automático



Eu estou no piloto-automático
Andando para frente como uma formiga,
seguindo a trilha invisível que se origina em casa
Tropeçando e desviando das outras formigas.
Penso no dia de hoje
Algo com o dia 6
do mês 6, do ano 6
Não vieram os quatro cavaleiros
Do espaço não veio o meteoro
Do mar não veio o tisuname
Do osama não veio a bomba
Mas um sorriso desapareceu da face
quando ela me olhou...
me senti triste, vazio.
Era mais bem vindo
o fim do mundo.

Olho para baixo para atravessar
No chão o aviso apagado de
olhe para os dois lados
Chego até a nau dos torturados
Não o último sofrimento do dia
Durmo um pouco pois assim relaxo
tempus fugiti
Estou naquilo que chamam de lar
No dia-a-dia tecnológico
Vejo o correio eletrônico
Nada
Uma sucessão de fwd´s
Ninguém a quem escrever
O telefone não toca
As cartas não chegam
Talvez o mundo tenha acabado
Só não deram no Jornal Nacional

O tempo vai passando até a madrugada
Tudo igual
Tudo o mesmo
mesmo quando é diferente
nada muda
um idem atrás do outro
o sono vem
não há descanso
apenas pausa
e já estou partindo
de volta a labuta, la puta
andando e vivendo
em círculos
consumindo tempo
e não me dou conta pois
estou no automático.


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