quinta-feira, agosto 25, 2005

Educação começa em casa.

Será que o povo não tem educação por não ter cultura ou não tem cultura por não ter educação.
Na minha "pequena" cidade existem mais ou menos setenta museus que cobram um pouco a visita ou são dê entrada franca, dezenas de galerias e exposições. Diversos jornais, alguns de distribuição gratuita. Sebos, bancas e para alguns milhões a TV tem o JN e diversos outros (dica: se você for uma pessoa mais ligada assista a jornais de canais diferentes) e, ainda, para os que podem, há a internet. Todos temos acesso a informação em todas as suas formas.
Acho que a informação é base para se obter cultura, não uma cultura descartável mas uma que adiciona algo a sua vida. Talvez algumas pessoas achem que saber o capítulo de ontem da novela seja cultura mas se o for é tão descartável, tão inútil a longo prazo. Eu deveria saber mais sobre a novela das oito por um único motivo, conseguir conversar com aqueles que assistem a novela. Erro por não ter essa cultura descartável. Pode parecer elitista (minha irmã me acusou disso uma vez) mas essa cultura não me interessa e erro ao ignorá-la totalmente. Não sei qual a moda, que banda de pagode, axé, forró ou qualquer coisa semelhante está nas "paradas" por uma questão de gosto. Se seria mais feliz por ter essa cultura descartável não sei, só tenho certeza que não sou da elite, aliás muito pelo contrário. A cultura está ao alcance de todos pois ela é feita de informação, e esta última existe aos montes e pode ser acessada por analfabetos, cegos, mudos, paraplégicos, doentes, moradores de rua, favelados, comerciantes, empresários, presidentes, eu e você. Então ter cultura seria questão de vontade de tê-la.
Esta vontade é moldada pelo meio. E o meio em que se vive começa com a família. Mas família é uma instituição em declínio. Posso afirmar que não existe família que viva em equilíbrio. Com certeza nunca existiu mas o declínio parece estar aumentando. Alguns se sentem obrigados a viver em família, outros estão amarrados a ela. A relação entre pais e filhos deteriorou talvez porque a autoridade dos pais foi deixada de lado pelos mesmos e os filhos aproveitaram. Na família aprendemos o começo do que é certo ou errado e se não temos exemplos fortes para seguir espalharemos os defeitos para os descendentes. Acho que o que mais se perdeu no declínio da família foi a educação que a cultura descartável não supre de modo algum. Sem exemplos bons os pais passam para os filhos o errado. Noutro dia no caminho do trabalho observava um casal sentado naqueles bancos altos do ônibus (pra quem não conhece são os bancos sobre os eixos) que alimentava com um desses sucos a base de soja em caixinhas "tetrapak" seu bebê. A garotinha com a ajuda de seus pais terminou os poucos mililitros da embalagem. O pai passou a embalagem para a filha e a ajudou a erguer-se até alcançar a janela pela qual a criança jogou a embalagem. Posso parecer algo muito pequeno mas a criança está aprendendo o errado. É claro que seus pais não são criaturas malévolas que sujam as ruas apenas para se divertir quando a chuvas transbordam os rios. Eles não tiveram a educação necessária para transformar a informação presente no dia-a-dia em cultura, no caso cultura ambiental. Não sou ecologista mas certas coisas não faço pois sei que é errada.
Quando falo em educação não me refiro a escola, pois nem todos terão acesso a ela e a mesma não lhe fornece o tipo de educação que sua família deveria dar. Se o povo não tiver uma educação familiar não adiantará lhe dar escola pois até tornar-se-ão universitários mas não contribuirão para a melhora da cultura de um povo.

Esse texto foi bem mal escrito e com certeza não profundo nem correto, mas "enchi-linguiça"

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