sexta-feira, junho 29, 2007

A Ode à Violência.


Dissertação do papa sobre o crime seguida de orgia (1993)

Titãs
Titanomaquia
1993

O assassinato é uma paixão como o jogo, o vinho, os rapazes e as mulheres, e jamais corrigida se a ela nos acostumar-mos. O crime é venerado e posto em uso por toda a terra, de um pólo a outro se imolam vidas humanas. Quase todos os selvagens da América matam os velhos se os encontram doentes. É uma obra de caridade por parte dos filhos. Em Madagascar, todas as crianças nascidas às terças, quintas e sextas feiras são abandonadas aos animais ferozes. Constantino, imperador tão severo e querido dos cristãos, assassinou o cunhado, os sobrinhos, a mulher e o filho. Nos mares do Sul, existe uma ilha em que as mulheres são mortas como criaturas inúteis ao mundo quando ultrapassam a idade de procriar. Em Capo Di Monte, se uma mulher dá à luz a duas crianças gêmeas o marido logo esmaga uma delas. Quando Gengis Khan se apoderou da China mandou degolar à sua frente dois milhões de crianças. Os Quóias furam as costas das vítimas a pancadas de azagaia, em seguida cortam o corpo em quartos e obrigam a mulher do morto a comê-lo. Os Hurões penduram um cadáver por cima do paciente, de maneira a que possa receber na cara toda a imundice que escorre do corpo morto, atormentando assim o desgraçado até que ele expire. Os Irlandeses esmagavam as vítimas. Os Noruegueses perfuravam-lhes o crânio. Os Celtas enfiavam-lhes um sabre no esterno. Apuleio fala do tormento de uma mulher cujo pormenor é bem agradável, coseram-na com a cabeça de fora, dentro da barriga de um burro ao qual tinham sido arrancadas as estranhas. Deste modo foi exposta aos animais ferozes.

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Vc viu a música acima? Já ouviu... talvez não.
Mas não precisa, só leia.


Comecei a escrever esse post mais de um mês atrás e não tive cabeça pra continuar, então vou incluir novos acontecimentos dignos da mídia:
Um preso encomendou a morte da ex-amante a um criminoso que utilizaria o assassinato como batismo dentro da organização (PCC).
Cinco jovens espancaram e assaltaram uma empregada doméstica porque achavam que ela era uma prostituta.

O preso deve ter comemorado a vingança contra a ex-amante lá dentro da penintenciária, pode até ter tomado um porre, enquanto seu camarada pagava uma rodada de cerveja para os companheiros do bar em homenagem ao seu batismo de fogo.

Os jovens riram bastante enquanto batiam na prostituta-empregada-doméstica. Se não fossem presos como foram estariam num bar trocando detalhes do espancamento ou quem sabe programando repetir a dose.

Apesar de não achar que jogos violentos influam em crimes cometidos por seus usuários vai outro acontecimento não digno de mídia: O meu colega de trabalho comprou um jogo para playstation 2 e recebeu uma mensagem de outro colega que comprou o mesmo jogo e que dizia: – Como é bom matar!

Lembro que no primário eu bati num garoto bem folgado que tinha lá e os outros meninos da classe vieram me dar o parabéns. Também houve um acontecimento no colégio em que um colega tropeça em outro e na saída este último saca sua faca e quase parte pra cima do primeiro pois não gostou. Meia escola estava lá pra assistir o drama escolar.

O caso dos jovens que espancam a empregada-doméstica foi comentado no serviço menos de dois minutos, a final do Aprendiz 4 mais de quinze. O preso que encomenda a morte não foi comentado.

Estamos mais que acostumados ao assassinato e a violência, principalmente se ela não estiver muito próxima de nós, se estiver na TV, no jornal ou no vizinho. Mas se uma criança pequena ou alguma pessoa da classe média morre vítima da violência podemos fazer uma passeata e esquecer aquilo até um próximo acontecimento de igual peso.

O ser humano curte a violência, sempre curtiu. E não há indício de que isso possa mudar tão cedo, então gritemos em coro:

Como é bom matar!

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