A Ode à Violência.
Dissertação do papa sobre o crime seguida de orgia (1993)
Titãs
Titanomaquia
1993
O assassinato é uma paixão como o jogo, o vinho, os rapazes e as mulheres, e jamais corrigida se a ela nos acostumar-mos. O crime é venerado e posto em uso por toda a terra, de um pólo a outro se imolam vidas humanas. Quase todos os selvagens da América matam os velhos se os encontram doentes. É uma obra de caridade por parte dos filhos. Em Madagascar, todas as crianças nascidas às terças, quintas e sextas feiras são abandonadas aos animais ferozes. Constantino, imperador tão severo e querido dos cristãos, assassinou o cunhado, os sobrinhos, a mulher e o filho. Nos mares do Sul, existe uma ilha em que as mulheres são mortas como criaturas inúteis ao mundo quando ultrapassam a idade de procriar.
Mas não precisa, só leia.
Comecei a escrever esse post mais de um mês atrás e não tive cabeça pra continuar, então vou incluir novos acontecimentos dignos da mídia:
Um preso encomendou a morte da ex-amante a um criminoso que utilizaria o assassinato como batismo dentro da organização (PCC).
Cinco jovens espancaram e assaltaram uma empregada doméstica porque achavam que ela era uma prostituta.
Os jovens riram bastante enquanto batiam na prostituta-empregada-doméstica. Se não fossem presos como foram estariam num bar trocando detalhes do espancamento ou quem sabe programando repetir a dose.
Lembro que no primário eu bati num garoto bem folgado que tinha lá e os outros meninos da classe vieram me dar o parabéns. Também houve um acontecimento no colégio em que um colega tropeça em outro e na saída este último saca sua faca e quase parte pra cima do primeiro pois não gostou. Meia escola estava lá pra assistir o drama escolar.
O caso dos jovens que espancam a empregada-doméstica foi comentado no serviço menos de dois minutos, a final do Aprendiz 4 mais de quinze. O preso que encomenda a morte não foi comentado.
Estamos mais que acostumados ao assassinato e a violência, principalmente se ela não estiver muito próxima de nós, se estiver na TV, no jornal ou no vizinho. Mas se uma criança pequena ou alguma pessoa da classe média morre vítima da violência podemos fazer uma passeata e esquecer aquilo até um próximo acontecimento de igual peso.
O ser humano curte a violência, sempre curtiu. E não há indício de que isso possa mudar tão cedo, então gritemos em coro:
†
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